Trechos de áudios extraídos do celular de Jair Bolsonaro, apreendido pela Polícia Federal em 2023, vazaram na imprensa e vêm causando constrangimento dentro da própria corporação. O material revela falas incisivas do ex-presidente contra as investigações e mostra articulações políticas envolvendo aliados próximos, como os deputados Hélio Lopes e Eduardo Bolsonaro.
Nos áudios, Bolsonaro aparece criticando o que chama de perseguição política, ironizando o rótulo de “extrema-direita” e debochando das acusações relacionadas às joias sauditas. Em uma das gravações, orienta que parlamentares se mobilizem contra o Projeto de Lei das Fake News e cogita apoiar uma CPI para investigar o ministro Alexandre de Moraes.
O conteúdo faz parte dos mais de 7 mil arquivos encontrados no celular de Bolsonaro, incluindo áudios, documentos e conversas de WhatsApp. Segundo relatos da imprensa, os áudios também indicam conversas com o ex-embaixador de Israel, Yossi Shelley, que teria se oferecido para custear uma viagem internacional à família Bolsonaro — algo ainda não confirmado oficialmente pela defesa do ex-presidente.
A repercussão dos vazamentos gerou mal-estar entre setores da PF. Segundo fontes ouvidas por veículos como o Estadão e o Metrópoles, membros da corporação consideram que o foco da cobertura está desviando a atenção do conteúdo investigativo e gerando dúvidas sobre a condução da operação.
Além disso, há preocupação no meio jurídico com a possibilidade de o vazamento impactar a validade das provas coletadas. A defesa de Bolsonaro ainda não se manifestou oficialmente sobre os áudios, mas aliados têm reforçado a narrativa de que o ex-presidente está sendo alvo de uma tentativa de desgaste político e institucional.
Nos bastidores, analistas avaliam que os desdobramentos dessa nova fase podem influenciar diretamente o andamento dos inquéritos nos quais Bolsonaro figura como investigado, além de reacender tensões entre o Judiciário e setores da oposição.
🔚 Fontes: CNN Brasil, Metrópoles, Poder360, Estadão, Terra
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