Haddad critica tarifa dos EUA e anuncia plano de contingência de R$ 30 bi

Economia

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (18) que o Brasil enfrenta dificuldades para negociar com os Estados Unidos a redução da tarifa de 50% aplicada às exportações brasileiras.

Segundo ele, o impasse ocorre porque Washington estaria impondo ao Brasil uma solução considerada “constitucionalmente impossível”, que exigiria intervenção do Executivo em decisões do Poder Judiciário.

Comércio em queda

Haddad destacou que o comércio bilateral entre os dois países já caiu pela metade em relação aos anos 1980.

“Nós tínhamos exportações da ordem de 25% com os Estados Unidos, hoje elas significam 12% e, pelo andar dos acontecimentos, acredito que o comércio vai cair ainda mais”, declarou.

Reuniões canceladas

O ministro relatou que a reunião marcada com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, foi cancelada de forma inesperada. No mesmo horário, Bessent teria se encontrado com o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o que causou estranhamento em Brasília.

Haddad disse que o governo brasileiro possui documentos oficiais comprovando todas as tratativas com os EUA e ressaltou que, em maio, havia tido uma reunião considerada positiva com o secretário.

Críticas à família Bolsonaro

Em entrevista, o ministro afirmou que a família do ex-presidente Jair Bolsonaro estaria trabalhando “para impedir que as negociações se estabeleçam”.

Plano de contingência

Diante da tarifa de 50%, o governo prepara um plano de apoio ao setor produtivo. A medida, chamada MP Brasil Soberano, prevê a liberação de R$ 30 bilhões em crédito para empresas afetadas.

“A tarefa desta semana é regulamentar o plano de contingência, fazer chegar os recursos liberados e proteger o Brasil dessa agressão externa”, afirmou Haddad.

Ele acrescentou que o plano “está bem calibrado” e, por enquanto, não haverá necessidade de ampliação.

Globalização em debate

Haddad também avaliou que os Estados Unidos mudaram a lógica da globalização.

“Eles venderam a globalização, mas quando perceberam que a China ganhou ainda mais, decidiram mudar as regras do jogo”, disse.

🔚 Fontes:
Agência Brasil; Folha de S.Paulo; Valor Econômico; CNN Brasil; O Globo

Este site se compromete com a veracidade da informação e a legalidade do conteúdo publicado. Todas as matérias são redigidas com base em fontes públicas verificadas, com linguagem original, respeitando os direitos autorais e os princípios do jornalismo independente.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *