Defesa do ex-ministro Anderson Torres chama minuta do golpe de “minuta do Google”

Justiça

A defesa do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, classificou nesta terça-feira (2) a chamada minuta do golpe encontrada pela Polícia Federal (PF) como “minuta do Google”.

Durante sustentação no julgamento do núcleo 1 da trama golpista, na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado Eumar Novacki disse que o documento está disponível na internet, de forma apócrifa, e não tem qualquer valor jurídico.

Em ação de busca e apreensão durante as investigações, a chamada minuta foi encontrada impressa na casa do ex-ministro.

“Era uma minuta apócrifa, que nunca circulou e nunca foi discutida”, afirmou.

Novacki também rebateu as acusações relacionadas aos atos de 8 de janeiro de 2023. Torres foi acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de se ausentar do Distrito Federal durante os ataques, quando ocupava o cargo de secretário de Segurança, mas estava de férias nos Estados Unidos.

Segundo a defesa, a viagem já estava programada:

“Era uma viagem de férias, programada com muita antecedência, com a família”, disse o advogado, acrescentando que as passagens haviam sido emitidas muito antes dos atos de 8 de janeiro.

A defesa também negou que Torres, enquanto ministro da Justiça, tenha determinado operações especiais da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para impedir deslocamentos de eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Nordeste, durante o segundo turno das eleições de 2022.

“Não há uma ação direta de Anderson Torres”, afirmou Novacki.

A sessão seguiu com as manifestações dos demais advogados de defesa.

Quem são os réus do Núcleo 1?

  • Jair Bolsonaro – ex-presidente da República
  • Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
  • Almir Garnier – ex-comandante da Marinha
  • Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF
  • Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
  • Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa
  • Walter Braga Netto – ex-ministro e candidato a vice em 2022
  • Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

Primeiro dia de julgamento

Na parte da manhã, o relator Alexandre de Moraes leu o relatório da ação penal, documento que resume todas as etapas do processo. Em seguida, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu a condenação de Bolsonaro e dos demais réus.

Foram destinadas oito sessões para análise do caso, nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro. O primeiro dia foi reservado às manifestações das defesas e da PGR.

A votação, que decidirá pela condenação ou absolvição, deve ocorrer somente nas próximas sessões. As penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.


🔖 Fonte: Agência Brasil / STF
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