A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS aprovou, nesta quinta-feira (4), requerimento para identificar quantas vezes Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, esteve na Câmara dos Deputados e no Senado entre 2019 e 2025, além dos gabinetes e dependências visitados.
Antunes é apontado pela Polícia Federal como figura central em um esquema de descontos ilegais em aposentadorias e pensões, que pode ter movimentado mais de R$ 6 bilhões. Ele deverá depor à CPMI na próxima semana, junto com o empresário Maurício Camisotti, cuja empresa é considerada uma das principais envolvidas no caso. Ambos, além de outras 19 pessoas, tiveram prisão preventiva solicitada pela comissão na última segunda-feira.
Na sequência, os parlamentares ouviram a diretora de Auditoria de Previdência da Controladoria-Geral da União (CGU), Eliane Viegas Mota. Ela afirmou que tomou conhecimento dos descontos irregulares em 2019, envolvendo quatro associações. Segundo a diretora, após recomendação do Ministério Público junto ao INSS, os contratos foram suspensos.
Eliane Mota destacou que, nos anos anteriores, não houve auditorias sobre o tema e que apenas em 2024, quando o INSS foi formalmente comunicado, iniciou-se uma ação conjunta com a Polícia Federal. Ela acrescentou que houve omissão do INSS na época em que Alessandro Stefanutto presidia o órgão. Stefanutto foi exonerado em abril, no mesmo dia em que a Polícia Federal e a CGU deflagraram a Operação Sem Desconto. O nome dele também está entre os que tiveram prisão preventiva aprovada pela CPMI.
A comissão ainda aprovou a convocação de Enzimar Vieira dos Santos, uma das vítimas dos descontos, e agendou para segunda-feira (8) o depoimento de Carlos Luppi, que era ministro da Previdência Social quando o esquema foi revelado.
Após a deflagração da operação, todos os acordos de cooperação técnica que autorizavam descontos em folha por associações e entidades foram suspensos. Em abril, a Câmara aprovou projeto que proíbe definitivamente essa prática. Também foi criada uma força-tarefa para o ressarcimento dos prejudicados. Até agora, mais de 2 milhões de pessoas aderiram ao acordo para devolução dos valores.
Fonte: Agência Brasil / Rádio Nacional
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