Ato pró-Bolsonaro une governadores e parlamentares de direita em São Paulo

Política

Em ato realizado neste domingo (7) em São Paulo, movimentos da direita e grupos religiosos reuniram manifestantes na Avenida Paulista para acompanhar discursos em defesa da liberdade, da anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro e do impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Além das críticas ao ministro, houve manifestações contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com alguns participantes pedindo sua prisão.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, declarou que a celebração era incompleta devido à ausência do direito de ir e vir de Bolsonaro. Ele afirmou que há a construção de narrativas por parte da esquerda sobre o julgamento do 8 de janeiro, com o objetivo de incriminar o ex-presidente.

“O que eles têm é uma única delação de um colaborador, mudada seis vezes em três dias, sob coação. Não se pode destruir a democracia sob o pretexto de resgatá-la”.

Segundo Tarcísio, a anistia deve ser ampla e para todos os envolvidos, em favor da tradição nacional de pacificação, “para que a gente possa se livrar do PT”. O governador também classificou a atuação de Alexandre de Moraes como “tirania” e reafirmou a ascensão de uma direita anti-sistema e pró-mercado, que não tem vergonha de ir às ruas.

O pastor Silas Malafaia fez um discurso defendendo a unidade da direita em torno de Bolsonaro. Ele disse considerar injusto o processo contra o ex-presidente e apontou abusos do STF e do ministro Alexandre de Moraes, a quem chamou de “ditador” e de alguém que desrespeita a liberdade política e religiosa. O pastor citou a apreensão de seus cadernos de oração, feita há dez dias quando retornava de Portugal, e negou que estivesse dialogando com autoridades estrangeiras.

No fim de agosto, Malafaia foi alvo de busca e apreensão determinada por Moraes. De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o pastor teria atuado como “orientador e auxiliar das ações de coação” promovidas por Bolsonaro e pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro encerrou os discursos, com falas de cunho religioso. Ela mencionou as dificuldades de ver o marido sem poder sair de casa, sem realizar cultos e sob o que classificou como vigilância desproporcional.

Durante o ato, os manifestantes exibiram uma bandeira gigante dos Estados Unidos. O evento contou também com a presença do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, além de senadores e deputados.

Manifestações semelhantes ocorreram em outras capitais. No Rio de Janeiro, o protesto ocupou parte de Copacabana e reuniu o governador Cláudio Castro, Michelle Bolsonaro e parlamentares do PL, como Alexandre Ramagem, Luiz Lima, Eduardo Pazuello, Hélio Lopes e Clarissa Garotinho.

Ramagem, réu no julgamento da tentativa de golpe em curso no STF, defendeu no ato uma anistia ampla, geral e irrestrita para os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro de 2023.

Atos oficiais e manifestações paralelas

Na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, mais de 45 mil pessoas acompanharam o desfile cívico-militar de 7 de setembro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e ministros do Executivo estiveram presentes. Parte do público se manifestou com gritos de “sem anistia” e “soberania não se negocia”.

O mesmo ocorreu nos atos do Grito dos Excluídos e em mobilizações de sindicatos e movimentos sociais pelo país.

O desfile oficial deste ano teve como tema principal a soberania nacional. Outros destaques foram a preparação para a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém em novembro, e o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Em pronunciamento em rede nacional, o presidente Lula afirmou que brasileiros que atuam contra o país são “traidores da pátria”.

As comemorações do 7 de setembro de 2025 ocorreram em meio à crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos, provocada pela decisão do presidente norte-americano, Donald Trump, de impor tarifas comerciais a produtos brasileiros. A medida foi interpretada como forma de pressionar o governo em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente julgado pelo STF por crimes relacionados à tentativa de golpe e à abolição do Estado Democrático de Direito. O julgamento deve ser concluído nesta semana.


🔖 Fonte: Agência Brasil
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