O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, declarou nesta segunda-feira (1°) que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais sete réus, no processo relacionado à tentativa de reverter o resultado das eleições de 2022, ocorrerá com serenidade e sem interferências externas.
A declaração foi feita durante palestra realizada no Rio de Janeiro. Barroso destacou que, por ocupar a presidência da Corte, não participará do julgamento, previsto para começar nesta terça-feira (2), pela Primeira Turma.
“O papel do Judiciário é julgar os casos que lhe são apresentados. Vale para plataformas digitais, vale para uma denúncia criminal feita pelo procurador-geral da República. O julgamento precisa ser feito com absoluta serenidade, mas cumprindo o que diz a Constituição, sem interferências, venha de onde vier. A gente está lá para cumprir uma missão difícil, mas que é a missão de servir ao Brasil”, disse.
Barroso também lembrou que o Brasil possui histórico de golpes e ressaltou a importância de respeitar a estabilidade institucional:
“A história do Brasil sempre foi história de golpes, contragolpes e tentativas de quebra institucional. Temos, desde a redemocratização, 40 anos de estabilidade institucional. Se comprovar que houve tentativa de golpe, o julgamento ainda vai ocorrer, acho que é muito importante julgar, encerrar o ciclo do atraso no país e ter a consciência de que a divergência, que é legítima e desejável em uma democracia, deve se manifestar dentro das regras do jogo.”
O julgamento
O julgamento está marcado para as 9h desta terça-feira (2). Ao todo, serão oito sessões nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro.
O ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados são réus por crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado. O grupo integra o núcleo principal da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Réus
- Jair Bolsonaro – ex-presidente da República
- Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
- Almir Garnier – ex-comandante da Marinha
- Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF
- Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
- Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa
- Walter Braga Netto – ex-ministro e candidato a vice em 2022
- Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
🔖 Fonte: Agência Brasil
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